Apesar do crescimento exponencial que a cloud está desenvolvendo, os sistemas mainframe continuam sendo peças fundamentais da infraestrutura de muitas organizações. No entanto, os ciclos de desenvolvimento não evoluíram e representam um problema na transição para um ambiente mais moderno, ágil e flexível.

Em abril passado, os sistemas mainframe completaram sessenta anos. Isto significa que durante mais de meio século têm sido a espinha dorsal das aplicações tecnológicas das organizações a nível mundial, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.

De acordo com dados de um estudo elaborado pela IBM, atualmente, quarenta e cinco dos cinquenta maiores bancos, quatro das cinco maiores companhias aéreas, sete dos dez maiores varejistas globais e sessenta e sete empresas da lista Fortune 100 confiam nesses sistemas robustos e seguros.

Mas, além do volume e da quantidade, é importante ter em conta que os aplicativos baseados em mainframe são geralmente os mais críticos de cada organização.

De facto, 71% dos executivos que participaram no estudo o indicaram como fundamentais para a sua estratégia de negócio, o que demonstra que o mainframe continua sendo a pedra angular da infra-estrutura tecnológica das empresas e, como consequência disso, o investimento que depositam nestas unidades continua muito alto.

O estudo também reflete que 93% das empresas utilizam o mainframe para gestão financeira, enquanto 73% o utilizam para sistemas de transações de clientes. Esta elevada taxa de adoção demonstra a confiança das organizações na sua incomparável robustez e segurança, na sua capacidade de processar grandes volumes de dados e na sua longa vida no mercado: as suas origens remontam a 1944.

Porém nem tudo são vantagens no mundo do mainframe. Por outro lado, o COBOL continua a ser a principal linguagem de desenvolvimento nestes sistemas, o que não só impede que as organizações operem com a agilidade e flexibilidade que o panorama atual lhes exige, como também dificulta a atração de novos talentos e os torna menos competitivo.

NUVEM, MAINFRAME…

Neste sentido, a cloud se tornou um sinónimo de inovação e agilidade, e tem crescido a um ritmo exponencial, principalmente como resposta das organizações à necessidade de adaptação às novas tecnologias e necessidades na forma como operam.

À luz de tudo isso, muitos podem pensar que o mainframe é uma relíquia do passado. Embora seja verdade que os ambientes em nuvem oferecem inúmeros benefícios, como escalabilidade, flexibilidade e redução de custos operacionais, no caso do mainframe essas economias não são tão evidentes. Além disso, a conversão total de seus aplicativos para outras linguagens mais modernas continua sendo um grande desafio, apesar da chegada de algumas ferramentas baseadas em inteligência artificial.

DevOps permite obter benefícios rápidos com um investimento reduzido, tanto em custos como em tempo

Portanto, estes tipos de estratégias acarretam riscos significativos e difíceis de resolver que poucas organizações se atrevem a enfrentar, especialmente quando se trata das seus aplicativos mais críticos.

Por isso, longe de serem obsoletos, os sistemas mainframe estão passando por uma transformação que os coloca no centro da estratégia digital das empresas. O desafio está em encontrar o equilíbrio certo para obter a eficiência desejada sem abrir mão dos pontos fortes únicos que estes sistemas oferecem, e para isso só há um caminho: transformar o mainframe através da modernização dos seus ciclos de desenvolvimento.

A REINVENÇÃO DO MAINFRAME

Neste contexto, nossa proposta é liderar esta transformação dos sistemas mainframe através da adoção de estratégias DevOps. Implementamos novos modelos de desenvolvimento, baseados em pipelines de integração contínua/implantação contínua (CI/CD), em ambientes mainframe, aproveitando o stack tecnológico atual de cada organização.

Isto permite aumentar a produtividade – se calcula que com a modernização do mainframe o aumento da produtividade das equipes de desenvolvimento seja superior a 25% – ao mesmo tempo que reduz o impacto e a mudança cultural que a implementação de novas ferramentas acarreta.

Com esta estratégia ajudamos as organizações a acelerar os seus planos de modernização e eficiência, tornando possível rentabilizar os seus investimentos em infraestrutura de mainframe. Além disso, permite aproveitar ao máximo as ferramentas que, em muitos casos, já incluem seus contratos de licenciamento com a IBM, denominados ELA (enterprise License Agreement).

Por outro lado, a adoção de estratégias DevOps em sistemas mainframe resolve um desafio que preocupa cada vez mais as organizações: a atração de novos talentos. Através da integração de novos editores de código com interfaces de desenvolvimento mais modernas, como Visual Studio Code ou IBM Developer for z/OS, e da utilização de outras ferramentas de código aberto, como Jenkins ou Git, geramos um ambiente mais dinâmico e atrativo que melhora a experiência do desenvolvedor e, portanto, atrai novos talentos.

Em suma, se trata de ajudar as organizações que mantêm o seu core business em sistemas mainframe, reconhecendo que, embora estejam na vanguarda da tecnologia, os seus processos de desenvolvimento são ineficientes e manuais. Por isso, não transformá-los não é mais uma opção. É imperativo que direcionemos os nossos esforços para a sua evolução, em vez de considerarmos a sua eliminação.

NEORIS ZDEVOPS

Dentro deste cenário, na NEORIS desenvolvemos nosso próprio conjunto de soluções, zDevOps, composto por diferentes extensões para Visual Studio Code que melhoram significativamente a experiência do desenvolvedor e sua interação com o mainframe:

• File Editor. Permite visualizar e editar arquivos sequenciais (QSAM) gerados em sistemas IBM Z.
• Scheduler Viewer. Visualiza o agendamento de processos em lote executados no ambiente de produção.
• COBOL Lint. Analise as regras de qualidade do código COBOL em tempo real.
• BMS Designer. Oferece a possibilidade de criar telas de forma gráfica e dinâmica para programas CICS ou mapas BMS.
• Software Control Management. Permite conectar-se ao IBM SCLM e gerenciar o ciclo de vida de desenvolvimento de software em um único ambiente, melhorando assim a produtividade e a experiência.

Em resumo, a transformação dos sistemas mainframe é um desafio que as organizações devem enfrentar de forma proativa para permanecerem competitivas no mercado atual. Ter um parceiro na jornada que possua o conhecimento e a experiência necessários, combinado com um amplo ecossistema de aliados, pode acelerar o sucesso.

Esta é a maneira certa para que as empresas possam aproveitar ao máximo seus sistemas de mainframe à medida que avançam em direção a uma infraestrutura mais moderna e ágil que lhes permita se adaptar e prosperar em um ambiente de negócios em constante mudança.