O poder transformador do ESG e da tecnologia - Asset Display Page
Outubro 22, 2024
Estamos em um momento crucial na história de nossas sociedades e economias, onde as decisões que tomamos como líderes empresariais não afetam apenas nossos resultados financeiros, mas também o futuro do planeta e o bem-estar das próximas gerações. Nesse contexto, falar em ESG (Environmental, Social and Governance) não deixa de gerar debate e alguma polêmica.
Alguns setores o criticam como um fardo desnecessário que gera despesas que não dão retorno; ou pior ainda, de ser uma simples moda passageira. Outros usam conceitos como greenwashing e social washing para desacreditar o real impacto dessas práticas, que obviamente nem todas as empresas implementaram de forma genuína, mas que foi demonstrado que e uma ferramenta transformadora.
Sob esse prisma, as empresas devem não apenas investir em ESG, mas, ao fazê-lo, se posicionam como líderes e se preparam melhor para os desafios do futuro.
Mais do que um custo, um investimento
Um dos mitos mais repetidos é que o ESG é uma despesa desnecessária. A realidade é que investir em critérios ESG não é um custo, mas um investimento de longo prazo que nos protege de riscos financeiros, regulatórios e de reputação, e que nos permite operar de forma mais eficiente e competitiva.
Nesse sentido, um estudo recente da Harvard Business Review mostra que as empresas que adotam políticas ESG podem reduzir seus custos operacionais em até 16%, ao mesmo tempo em que melhoram sua competitividade no longo prazo. E isso faz sentido. Quando uma empresa otimiza seu consumo de energia, minimiza seu desperdício ou investe em práticas trabalhistas responsáveis, ela não apenas melhora sua imagem pública, mas também se torna mais eficiente.
As ideias de economistas contemporâneos como Joseph Stiglitz nos lembram que as empresas não podem operar no vácuo. O valor social e ambiental é inseparável do valor financeiro. Em um mundo cada vez mais regulamentado e consciente, as empresas que não se alinham às práticas sustentáveis enfrentarão maiores riscos. De acordo com a McKinsey, empresas com altos índices ESG têm 30% menos probabilidade de enfrentar conflitos regulatórios. Este não é apenas um jogo de relações públicas, é uma abordagem inteligente e necessária para os negócios.
Tecnologia como um fator-chave
Mas indo além. Se focarmos na tecnologia e na transformação digital, o ESG se torna mais do que apenas um compromisso: se torna uma revolução.
Tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA), big data, blockchain e computação na nuvem, estão transformando a maneira como as empresas implementam e gerenciam suas práticas ESG. Esses avanços não só permitem uma maior eficiência operacional, mas também fornecem um nível de transparência e rastreabilidade que antes era impensável. Por outro lado, tecnologias como big data e machine learning nos permitem analisar grandes volumes de dados e encontrar padrões que ajudam a melhorar a eficiência energética e reduzir as emissões.
O setor de tecnologia, portanto, tem uma responsabilidade e oportunidade incomparáveis de liderar a luta contra as mudanças climáticas. Os data centers verdes e as soluções baseadas na nuvem permitem que as empresas operem de forma mais eficiente e sustentável. A Microsoft, por exemplo, se comprometeu a ser neutra em carbono até 2030. São essas iniciativas que mostram que é possível equilibrar crescimento econômico com sustentabilidade.
De acordo com a IDC, as empresas que migram para a nuvem podem reduzir seu consumo de energia e emissões de CO2 em até 84% em comparação com os data centers tradicionais. A tecnologia não é apenas uma ferramenta, é a chave para a eficiência ambiental na economia digital.
O mais empolgante de tudo isso é que estamos vendo uma convergência entre ESG e transformação digital. As empresas que aproveitam as tecnologias emergentes para avançar em seus compromissos ESG estarão na vanguarda da mudança. Tecnologias como gêmeos digitais, que permitem simular e otimizar o desempenho de fábricas e cidades, são apenas um exemplo de como a tecnologia pode ser um agente chave da sustentabilidade.
Não estamos falando apenas do futuro, estamos falando do presente. E nós, do setor de tecnologia, somos os protagonistas dessa mudança.
Em suma, investir em ESG não é um luxo. Não é opcional. É uma responsabilidade, é uma oportunidade e, acima de tudo, é a única forma de construir um futuro sustentável tanto para as nossas empresas como para a sociedade em geral. E a tecnologia é o motor que impulsiona essa mudança.
** Este artigo foi publicado originalmente pela mídia Corresponsables de España.
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