DIGITALIZAÇÃO E TECNOLOGIA: O NOVO IMPERATIVO EDUCATIVO - Asset Display Page

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By Jorge Lukowski

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Abril 20, 2021

É fundamental educar tecnologicamente nossas sociedades para que possam entender e aproveitar as tecnologias que estão dando forma ao novo mundo

Nos anos 30, um cientista já alertava que os humanos estavam alterando o clima do planeta. O engenheiro britânico Guy Stewart Callendar observou que a região do Atlântico Norte havia aquecido significativamente logo após a Revolução Industrial.

No entanto, ao contrário de Callendar, a maioria das pessoas não pensava nos efeitos da Revolução Industrial a longo prazo na época. O mundo ocidental iniciou um processo que alterou a sociedade e a economia com a única esperança de que os efeitos positivos das novas tecnologias superem os perigos potenciais.

Podemos escolher que tipo de mundo queremos construir

Meio século depois, já estava claro que a Terra estava pagando um preço alto, mas foi só em 2006 - que o ex-vicepresidente dos Estados Unidos, Al Gore, apresentou ao público Uma verdade incômoda; que a mudança climática se tornou finalmente em um assunto urgente, e as consequências negativas da Primeira Revolução Industrial se tornaram presentes novamente.

À medida que 2020 chega ao fim, estamos na Quarta Revolução Industrial. Mas desta vez, com o benefício da retrospectiva, podemos escolher que tipo de mundo queremos construir com tecnologias digitais em vez de apenas esperar que aconteça o melhor.

De fato, algumas das tecnologias que estão sendo desenvolvidas atualmente - Inteligência Artificial e Machine Learning, para citar apenas duas, têm potencial para fazer ou desfazer a humanidade.

Para que as sociedades possa decidir que efeitos tecnológicos ampliar e quais mitigar para criar um mundo que continue sendo amigável ao ser humano, o conhecimento digital não pode permanecer focado na indústria de tecnologia. Os responsáveis pela formulação de políticas, os educadores, os pais, os consumidores, todos devemos dominar as tecnologias digitais se quisermos construir um mundo que seja inclusivo e que funcione para todos.

Infelizmente, isso não acontecerá a menos que governos, instituições e empresas de tecnologia pretendam intencionalmente educar as pessoas.

A falta de profundidade no conhecimento digital da população mundial não vai melhorar apenas com o tempo. Ao contrário da crença popular, ser um nativo digital não é suficiente para entender todas as complexidades e implicações presentes em um mundo impulsionado pela tecnologia; inclusive pode até ser contraproducente.

Algumas das tecnologias que estão sendo desenvolvidas podem gerar progresso, mas também devemos levar em conta seus possíveis efeitos negativos

Os jovens que nasceram digitais têm uma noção mais intuitiva de como a tecnologia funciona, mas na maioria das vezes essa familiaridade os impede de se aprofundar mais. Eles sabem como usar um aplicativo, mas têm muito pouca ideia do que está por trás da interface do usuário; como seus dados estão sendo usados ou que tipo de decisões o algoritmo está tomando para eles, por exemplo.

Até agora, os governos, as escolas, as famílias e outras instituições sociais foram os lugares onde o conhecimento digital foi transferido. No entanto, a aceleração das mudanças tecnológicas estão dificultando o que as instituições se mantenham ao dia.

À medida que a Inteligência Artificial se torna mais prevalente, os cidadãos precisarão saber muito mais do que apenas como interagir com ela

Infelizmente, a IA é extraordinariamente complexa. É por isso que a maior responsabilidade de educar o público, e de incluir pessoas que não são especialistas em IA na conversa sobre o que precisamos e o que devemos esperar dessa tecnologia, cabe a nós, ao setor tecnológico.

Na NEORIS, temos sido patrocinadores do conhecimento técnico há duas décadas em nossos laboratóriosde treinamento, onde treinamos milhares de jovens adultos. Mas a educação tecnológica deve começar muito mais cedo; no ensino fundamental, e chegar a uma parte muito mais ampla da sociedade.

Os funcionários de governo devem ter conhecimento técnico suficiente para entender as questões políticas, sociais e éticas que podem surgir à medida que a tecnologia evolui.

Veja, por exemplo, o caso das mídias sociais. O Facebook cumprirá 20 anos em breve,e os governos estão apenas começando a questionar os valores e a ética por trás de seus algoritmos. O mesmo vale para o Google, cujo poder monopólio no mercado de busca passou quase despercebido até agora, exceto na União Europeia.

A tecnologia digital pode criar uma enorme prosperidade. 2020 convenceu até os mais céticos. Mas este ano tumultuado também mostrou que a distribuição equitativa dessa prosperidade não é um fato. A lacuna no acesso à banda larga, ao conhecimento digital e ao capital entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento e entre os mundos urbano e rural é o calcanhar de Aquiles da Quarta Revolução Industrial.

À medida que a digitalização acelera, enfrentamos uma oportunidade que ocorre apenas uma vez por geração: Podemos aprender com nossa experiência com a Primeira Revolução Industrial e desempenhar um papel ativo na orientação da mudança tecnológica para a promoção de sociedades digitais inclusivas e equitativas. Se não o fizermos, podemos acabar com o equivalente digital de uma catástrofe climática em nossas mãos.

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