Cibersegurança: A pedra angular dos projetos tecnológicos - Asset Display Page

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By Lola Rebollo

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Julho 14, 2023

Vivemos em uma sociedade marcada pelo uso de novas tecnologias e pela necessidade de informação imediata. À medida que avançamos para a nova era digital, o risco de ameaças cibernéticas se torna cada vez maior, e não apenas em termos de quantidade, mas também em complexidade e no custo que representa para as empresas. De fato, a implacável evolução tecnológica está dando origem a novos métodos e vetores de ataque mais sofisticados e inteligentes que os cibercriminosos estão aproveitando ao máximo.

Essa questão foi um dos temas centrais discutidos na última edição da RSA Conference, o principal evento anual de cibersegurança do mundo. Nestas conferências, que reuniram mais de 40 mil participantes, foram abordados os desafios e oportunidades oferecidas pelas novas soluções tecnológicas, além de conhecer o impacto que esses produtos geram no campo da cibersegurança.

Atualmente, uma das tendências mais comentadas é o abuso de modelos generativos de IA, como o ChatGPT, que proporciona a criação de código malicioso em escala industrial em poucos minutos, causando um aumento na frequência e no escopo dos ataques em todos os níveis e setores. Na verdade, esta nova tecnologia provocou um enorme debate, talvez mais centrado nas ameaças do que nas alternativas que oferece, o que nos faz pensar se todo esse fenômeno está saindo do controle. E tudo isso, devido ao uso proativo de IA que os cibercriminosos estão fazendo para perpetrar seus ataques.

Outra tendência é, sem dúvida, a segurança na nuvem, o que fez com que os provedores de nuvem lançassem cada vez mais ferramentas para proteger informações comerciais confidenciais. Isso ocorre porque os dados que armazenamos na nuvem são os mais suscetíveis a receber um ataque cibernético. Levando isso em conta, não é de se estranhar que os ataques à nuvem tenham crescido mais de 90%, e que muitos falem mais sobre os riscos e o lado escuro da nuvem do que seus benefícios.

Também não devemos esquecer que a governança de dados se tornou uma das principais preocupações de empresas e governos em todo o mundo. Os dados são o principal ativo de uma empresa e o maior impulsionador de seus negócios, por isso, reforçar sua segurança se torna uma das maiores premissas das empresas. Além disso, a governança de dados tem um forte impacto na privacidade e na segurança da informação.

Por outro lado, existe uma lacuna significativa no que diz respeito aos talentos cibernéticos, o que leva a os hackers a realizarem suas atividades livremente. Nesse sentido, como destaca o estudo que (ISC)2 apresentou no âmbito da última RSA Conference, há uma carência de ações globais para reduzir essa brecha, e de políticas e regulamentações internacionais harmonizadas contra os cibercriminosos.

Em todo este enquadramento, assistimos também a uma importante mudança no ecossistema de investimento em cibersegurança. Os fundos de capital de risco estão deixando de promover ferramentas de IA e machine learning para investir em novas empresas que podem proteger o código que entra e sai de suítes de treinamento de IA. Além disso, desde a queda do Silicon Valley Bank, em março passado, há uma percepção no setor de cibersegurança de uma menor disponibilidade de fundos americanos para investimento, o que representa uma grande oportunidade para as empresas europeias obterem mais participação em empresas emergentes do setor.

O sucesso na proteção das empresas, dos cidadãos, das infraestruturas e das administrações públicas depende de uma colaboração ativa e tangível entre entidades de qualquer tipo, dimensão ou geografia. Como afirma o lema da RSA Conference "Stronger Together", somos mais fortes se trabalharmos juntos. Só assim poderemos reforçar a segurança do negócio e aproveitar as oportunidades oferecidas pelas tecnologias emergentes.

Lola Rebollo, Diretora do Setor Público e Cibersegurança da NEORIS na Espanha

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