A ONU declarou 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica e a decisão da organização não deveria supreender, ja que, a médio prazo, setores como financeiro, farmacêutico e logístico serão os que mais se beneficiarão dessas soluções.

A computação quântica usa as leis da mecânica quântica para resolver problemas complexos muito mais rápido do que os computadores tradicionais. De fato, a consultoria Statista projetou que o tamanho do mercado global dessa solução até 2027 será de 8.6 bilhões de dólares.

Embora a ideia de usar esta tecnologia para computação não seja nova - ela remonta a 1980, quando IBM, Microsoft e Intel iniciaram uma corrida para serem as primeiras a declarar "a superioridade quântica" - hoje vemos avanços significativos que nos encorajam a acreditar que o que antes era ficção científica pode se tornar parte de nossas vidas diárias.

Nessa linha, o caminho de criação de computadores quânticos está ocorrendo nas esferas pública e privada, onde a projeção futura é promissora. Nesse sentido, um relatório do Boston Consulting Group indica que, entre os próximos três e cinco anos, são esperados investimentos de mais de 10 bilhões de dólares nesse campo.

Embora todas as indústrias se beneficiem com o desenvolvimento dessa tecnologia, as que terão maior impacto positivo são a financeira, farmacêutica e logística.

No caso de bancos e seguradoras, essas organizações poderão não apenas melhorar os modelos de detecção de fraudes, mas também otimizar carteiras de investimentos, automatizar processos como compensação e liquidação ou identificar padrões e fazer correlações em grandes quantidades de dados.

O setor farmacêutico, por sua vez, poderá simular o comportamento das moléculas para entendê-las melhor e aprender sobre as estruturas químicas na criação de novos medicamentos, atividades que podem ser desafiadoras com a tecnologia atual.

A logística também é outra indústria que, a médio e longo prazo, desfrutará de seus benefícios, pois poderá criar diferentes cenários fictícios para estar preparada para resolver contratempos com eficiência.

O outro lado da computação quântica

Embora o futuro que estamos começando a ver seja promissor, a realidade é que devemos ser cautelosos. Para atingir um nível de acessibilidade e apropriação semelhante ao da Inteligência Artificial (IA), as empresas especializadas terão que encontrar respostas para a falta de linguagens próprias na hora de projetar soluções. Da mesma forma, devem encontrar alternativas para que a informação não seja destruída em um curto período de tempo, o que ocorre porque os qubits (a unidade mínima de informação) ainda não são de alta qualidade e, por fim, devem promover o desenvolvimento de ferramentas que permitam realizar operações mais lógicas com este equipamento.

Embora essas três barreiras possam ser grandes impedimentos, há pesquisadores e especialistas (com os quais concordo) que defendem que, se o ritmo de progresso e o nível de investimento na disciplina continuarem, em aproximadamente cinco anos, teremos computadores quânticos melhores do que os que existem hoje.

Gostaria de fechar este espaço recomendando a quem está me lendo que acompanhe de perto as novidades da Computação Quântica e, assim que estiver disponível, invista nessa tecnologia para aproveitar os benefícios e aumentar a competitividade em suas indústrias.